Mudanças no Roteiro

  Pois bem, finalmente surge a primeira collab nesse blog, e sobre um assunto que segue demonizado, especialmente por aquele seu amigo, que não aceita o fato de que você pode evoluir, ou vai dizer que você nunca ouviu um: "Mas não era você que não gostava de..." de um coleguinha que detesta o fato de você mudar pra melhor e ressignificar conceitos e gostos.

  Olá! Me chamo Salesio Junior e fui convidado para vir aqui e falar com você sobre Mudanças. Ok, falar sobre mudança, tudo muda e blá blá blá, mas, e a sua opinião? Muda? Olha que muda, hein! Antes de começar a falar eu gostaria de lembrá-lo de que antigamente, para a comunidade cientifica, o átomo era a menor parte da matéria. Até terem provado que tem monte de coisa habitando lá dentro desse átomo! Tudo com o tempo muda e muito, afinal não mantemos os corpos de quando eramos mais jovens, tão pouco a cabeça. Eu fiquei pensando sobre o #10YearChallenge, em como as pessoas mudam, seus rostos, cabelos e estilos, mas e se fizéssemos um desafio com opiniões? Bom, eu entrei no Twitter em 2009 e como lá é o lugar perfeito para expressar opiniões, seria um ótimo começo. Mas, até hoje eu acumulei mais de 26 mil postagens, e demora muito resgatar todas, a não ser que você seja um hater empenhado, e aparentemente os sites de “FirstTweet” saíram de moda, então eu forcei meu cérebro idoso de trinta anos a lembrar das minhas opiniões da época.

  Em 2009 eu usava a tag #VaiGordinho imprudentemente, hoje eu sinto vergonha disso, anos depois uma amiga me ensinou sobre a gordofobia e eu parei. Eu caí na besteira de falar que “É muito mimimi hoje em dia” (shame on me!), e uma amiga me explicou que as minorias (assim como eu era/sou minoria) passaram a ter voz e isso era uma coisa boa. Eu achava que meu namoro seria para sempre (Você está rindo com deboche? Pois eu estou), em 2009, nós falávamos em casamento até que, acabou. Querendo ou não as companhias agregam muito nisso de opiniões, e quando você se relaciona com um grupo de pessoas com opinião forte, você acaba adquirindo isso. Descobri isso alguns anos depois, pois nessa época em que ser desconstruído não entrava nos trendtopics, eu andava com pessoas de opinião fraquinha e com futilidade ao máximo e reproduzia alguns discursos criados naquele meio, um salve pra mudança!.

  Quando penso nesse assunto de mudar de opinião, lembro da Miley Cyrus, ela mais nova, dizia repudiar o uso da imagem do corpo feminino, e anos depois ela virou aquela mulher que colocava a língua para fora e se rebolava toda nos palcos, mas longe de mim dizer que isso é algo ruim, não me entenda mal, foi apenas um exemplo. Outro exemplo é a Avril Lavigne, eu não me recordo de algum depoimento dela falando sobre o uso do corpo como maneira de se promover, mas ela mudou de opinião em muita coisa, dá para notar pela sua linguagem corporal. Ela não usa mais braceletes com pontas de metal, foram substituídos por tatuagens que, para mim são expressões artísticas das suas opiniões (quando elas expressam algo, não é mesmo?). Ela não usa mais gravata e nem tem o cabelo escorrido, e a julgar pelas letras das musicas atuais, o amadurecimento é real.

  Acho saudável essa mudança toda, eu ainda enxergo essa experiencia chamada vida, como um festival de morder a própria língua, afinal você não vai ficar convicto em uma coisa para sempre, se a ciência, em sua grandeza universal, muda todos os dias, por que você não iria mudar?

  E ai? tá vendo como é tranquilo e super natural mudar? Não existe algo que realmente nos impeça de nos modificarmos, além de nós mesmos, só que o medo do julgamento alheio, aliado a insistência que certas pessoas têm em nos manter estagnados, pois assim eles também ficam confortáveis, nos travam. Sabe aquela velha história de que a miséria adora companhia? É, ela é real e bem tóxica, as pessoas não querem que você mude ou julgam as suas mudanças, porque elas não desejam se surpreender com o seu "novo eu" que surge dessas mudanças, lidar com o conhecido é bem mais fácil e não demanda que você evolua. E vem cá, eu insisto em dizer que você não deve mudar pelas pessoas, como sempre falo para meus amigos, pois acredito que se você tem de mudar, que seja pra agradar você mesmo, antes de todos.

  Se você curtiu a escrita vivencial do Salesio e deseja mais, saiba que ele tem um livro que segue essa mesma linha, o "ITEM 40" traz uma história fictícia baseada nas relações reais de nossas vidas, se você gosta de flutuar em variações de humor e de dramas reais de jovens adultos, fica minha sugestão de leitura.