Não é você, sou eu
Quando se trata de relações, a tendência impressa hoje é de que haja uma homogenização dos modos como as coisas acontecem, digamos que as pessoas esperam que os comportamentos sigam padrões pré-programados e qualquer fuga desses meios já articulados como certeiros, se torna uma maneira esquisita ou ainda mal vista de se levar a vida e seus percursos românticos. Para destacar alguns exemplos, o casal que se conhece a pouco mais de uma semana e já resolve engatar um namoro, a mulher que não espera ter um parceiro pra tomar a decisão de ter filhos, a pessoa que escolhe não ter parceiros fixos, pois quer se conhecer antes de tudo ou ainda os adeptos do poliamor, que não tem suas relações consideradas como algo sério pelas pessoas que não estão dentro delas.
Só que existe uma amnésia generalizada que fez as pessoas esquecerem, que mesmo que existam caminhos já considerados certos ao rumo do sucesso amoroso, nada impede que alguém em sua compreensão única do mundo, surja com novas maneiras de encarar tudo que é oferecido pelo mundo e pelas pessoas ao seu redor a cada manhã, podemos levar isso para um modelo mais subjetivo, algumas pessoas contemplam as paisagens verdes, outras, só se sentem confortáveis entre quatro paredes, longe de multidões e algumas só sentem o pertencer quando participam de raves que duram dois dias, os modos como as pessoas resolvem viver e ressignificar suas sensações e sentimentos perante as situações, se dão de maneiras únicas, o sentimento pode conter empatia, mas cada um sente a sua maneira, única e singular e isso também acontece no amor.
Trazendo isso ao contexto das relações amorosas, é notável que existe um preconceito com pessoas que fogem a regra do que seria uma relação perfeita, onde os passos de ficar, namorar, noivar e casar são regra básica. É mais do que necessário entender que existem pessoas diferentes que curtem, se apaixonam, gostam e amam de maneiras diversas, e seria infeliz de nós, condenarmos seu jeito de viver as relações aos padrões que achamos legais e funcionais para nós e para as pessoas que se relacionam conosco. Ninguém sente igual, só um pouco parecido, sabe a roupa que te serve e fica totalmente diferente em outra pessoa, é o exemplo mais puro que eu posso te dar do que é o sentir único de cada um.
Sororidade das relações, é isso que eu trago aqui, acredito que quando as pessoas entenderem que não existe uma maneira única e correta de se relacionar com as pessoas que te despertam afeto, que não existe apenas um único modelo de relação que faça "dar certo" o gostar, que não existe um jeito certo de sentir tesão e expressá-lo, será o dia em que as pessoas se sentirão mais livres para falar sobre o que querem das relações em que estão e o "não é você, sou eu" deixará de existir, porque todos poderão ser mais reais em falar como se sentem, desejam e amam, e se relacionar ficará mais fácil, pois quando você respeita o modo como os outros se relacionam, você também se respeita.
Sororidade das relações, é isso que eu trago aqui, acredito que quando as pessoas entenderem que não existe uma maneira única e correta de se relacionar com as pessoas que te despertam afeto, que não existe apenas um único modelo de relação que faça "dar certo" o gostar, que não existe um jeito certo de sentir tesão e expressá-lo, será o dia em que as pessoas se sentirão mais livres para falar sobre o que querem das relações em que estão e o "não é você, sou eu" deixará de existir, porque todos poderão ser mais reais em falar como se sentem, desejam e amam, e se relacionar ficará mais fácil, pois quando você respeita o modo como os outros se relacionam, você também se respeita.
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