Você vem mesmo?

  A gente passa o tempo todo esperando, espera o despertador tocar, espera o banheiro desocupar, o almoço ficar pronto, os minutos do micro-ondas, a hora do intervalo, o momento de chegar em casa pra finalmente dormir, a gente espera a mensagem do nosso amor, o início das férias e com esses tantos "esperares" um presente nos é dado e esse presente se chama neurotoxidade da frustração. Você aguarda os acontecimentos, com a ânsia de que eles deem uma mudança significativa aos momentos da sua vida e nisso você perde tempo, empenho e energia que poderiam estar muito bem empregados em outras atividades e pensamentos lógicos, você se frusta com o fato de as coisas não acontecerem do jeito que você desejava e isso te torna cada vez mais uma vítima da decepção.


  E de quem é a culpa dessa frustração? Talvez do consenso de que o combinado é sempre o válido independente das circunstâncias que podem vir a modificar os acordos, nós maximizamos o que queremos desses acordos, tenho de concordar, é chato quando limpamos a casa, reabastecemos a dispensa e modificamos a rotina em prol de agradar a visita que esperamos pela semana, e minutos antes do horário combinado recebermos uma ligação cancelando esse encontro, mas cabe a nós sabermos que o mundo, os eventos e as pessoas não tem culpa quando as coisas não ocorrerem como tínhamos previsto. Aprender a lidar com o imprevisível é uma habilidade essencial que você vai ter de desenvolver para viver em paz consigo e com os outros.

  Mas não é errado ficar triste ou um tanto sentido quando levamos um belo "bolo" de nossos afetos e cá entre nós, existem os famigerados amigos cuzões que marcam e desmarcam os encontros como se fossem médicos hiper-requisitados e depois da décima primeira vez você meio que cansa de insistir nessa amizade vacilona, utilizando desse exemplo, eu posso apontar um modo com o qual você combate a frustração e que deveria aplicar em outros planos, quando você desiste desse amigo, convida outro e talvez outro e finalmente o programa acontece, mesmo não sendo o planejado lá nos primórdios de suas intenções, mas você se diverte com essa programação alternada.


  Nos acostumamos a ficar confortáveis com o controle ou com a falsa sensação de controle que passamos a ter com esses combinados rotacionados ao longo de nossas vidas, ao passo que quando um pequeno fio solta dessa costura de certezas, logo nos vemos frustrados, bravos, perdidos ou ainda com um combo de todas essas sensações, perdemos a capacidade de lidar com as divergências em algum momento da transição para a vida adulta, pois quando paro pra pensar, vejo que na infância a frustração durava os 10 minutos de choro e se bastava. Hoje temos uma necessidade constante de que os episódios de nossas vidas sigam nosso roteiro à risca e quando algumas cenas são deletadas o desconforto é eminente, mas te conto um segredo, são os remakes que estão em alta hoje em dia.




  

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